O PROBLEMA DO SOFRIMENTO
Ângela Paiva
INTRODUÇÃO
“Agora me regozijo no meio dos meus sofrimentos por vós, e cumpro na minha carne o que resta das aflições de Cristo, por amor do seu corpo, que é a igreja; da qual eu fui constituído ministro segundo a dispensação de Deus, que me foi concedida para convosco, a fim de cumprir a palavra de Deus, o mistério que esteve oculto dos séculos, e das gerações; mas agora foi manifesto aos seus santos, a quem Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, a esperança da glória; o qual nós anunciamos, admoestando a todo homem, e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, para que apresentemos todo homem perfeito em Cristo; para isso também trabalho, lutando segundo a sua eficácia, que opera em mim poderosamente.” – Cl 1: 24-29
A Bíblia frequentemente descreve o sofrimento como um aspeto essencial da vida cristã. Portanto, este é um tema que também deveria estar presente com frequência no nosso pensamento e comunicação. Contudo, devido à riqueza e ao avanço tecnológico do século XXI, muita gente vê o conforto e a comodidade como direitos humanos essenciais. Assim, a mensagem bíblica sobre a essencialidade da cruz tem-se transformado em algo culturalmente incompatível com o modo de pensar de muitas pessoas nos dias de hoje.
A necessidade de uma reflexão mais profunda sobre esta questão tem-se tornado mais premente pelo facto de alguns líderes cristãos bastante populares pregarem que não é vontade de Deus que os cristãos sofram. Alguns dizem isso, afirmando que nós não devemos suportar mais este aspeto da “maldição”, isto é o sofrimento, pois Cristo já suportou a maldição no nosso lugar. Esta forma de pensar parece sugerir que há alguma coisa errada nas nossas vidas, se estivermos a atravessar um período de sofrimento.
Com este trabalho pretendo assim demonstrar que a Bíblia não vê o sofrimento como algo negativo, mas pelo contrário, a atitude predominante da Bíblia em relação à dor e ao sofrimento na vida do cristão é positiva.
Partindo desta premissa, este trabalho será dividido em três pontos principais. O primeiro responderá à questão “Porque sofremos?”. No segundo ponto, mostrarei como é que as várias religiões veem o sofrimento. No terceiro e ´último ponto, falarei um pouco sobre a solução para o sofrimento.
I. PORQUE SOFREMOS?
Esta é uma das mais prementes questões do nosso tempo. Mais importante que a questão dos milagres ou da ciência e da Bíblia, é o problema da razão porque sofrem as pessoas inocentes, porque é que os bebés nascem cegos ou porque é que uma vida promissora desaparece quando está em franca ascensão. Porque é que existem guerras em que milhares de pessoas inocentes morrem, crianças queimadas ao ponto de ficarem irreconhecíveis e muitos mutilados para toda a vida?[1]
Na apresentação clássica do problema, ou Deus é todo-poderoso mas não todo-bom, e por conseguinte, não elimina o mal, ou então é todo-bom, mas incapaz de acabar com o mal. E, neste caso, não é todo-poderoso. A tendência generalizada é culpar Deus pelo mal e sofrimento e atribuir-lhe (a Deus) toda a responsabilidade.[2]
Mas será mesmo assim? Penso que a melhor maneira de falar sobre este assunto é começar por entender o conceito de sofrimento.
A. O conceito de sofrimento
Segundo a Infopédia,[3] sofrimento é o ato ou efeito de sofrer, o qual se pode traduzir numa dor física ou moral, em mágoa, em tristeza, ou em infelicidade. O sofrimento pode resultar de uma experiência extremamente desagradável, de um grande mal, ou de uma desgraça. Segundo esta enciclopédia, o resultado do sofrimento pode ter duas vertentes: a paciência e a resignação.
B. A origem do sofrimento
Quando Deus criou o homem, criou-o perfeito. O homem não foi criado mau. Contudo, como ser humano, tinha a capacidade de obedecer ou desobedecer a Deus. Se o homem tivesse obedecido a Deus, nunca teria havido qualquer problema. Ele teria vivido uma vida sem fim de comunhão com Deus. No entanto, o homem foi desobediente e rebelou-se contra Deus, como diz em Rm 5: 12 “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram.” Portanto, o sofrimento é consequência do pecado, o qual por sua vez, é consequência da desobediência e rebeldia do homem.[4]
C. As causas do sofrimento
Sobre o problema do sofrimento, Paul Litte põe a hipótese deste ter como principais causas o seguinte:
- Em primeiro lugar, o sofrimento é resultado da má escolha (livre arbítrio) do homem, ou seja, o homem quando escolheu desobedecer a Deus, rebelou-se contra Ele e pecou. O sofrimento é uma das consequências dessa má escolha.[5]
- Em segundo lugar, o sofrimento é um castigo de Deus, e o resultado de uma anterior prática do mal (conceito de recompensa exata). Como exemplo desta situação, Little, apresenta a forma de pensar dos amigos de Jó. No entanto, este autor[6], diz também que pelo ensino do Velho e do Novo Testamento, torna-se claro que o sofrimento pode ser o julgamento de Deus, mas que há muitos casos em que não tem a menor relação com uma má conduta da pessoa, pelo que uma suposição automática da culpa e consequente castigo é absolutamente injustificada. Como exemplo, temos o cego de nascença de Jo 9: 1-3. É pois evidente, que nos precipitamos quando assumimos que a explicação de qualquer tragédia ou sofrimento resulta do castigo de Deus
- Em terceiro lugar, o sofrimento é resultado de julgamento divino. No entanto, esse julgamento nunca acontece sem anteriormente serem feitas algumas advertências por parte de Deus. Por exemplo, através do Velho Testamento vemos os repetidos apelos de Deus e os avisos de julgamento. Só depois dos avisos terem sido aparentemente ignorados e rejeitados, é que vem o julgamento. Encontramos um exemplo desta situação em Ez 33: 11. O mesmo tema continua no Novo Testamento, como é o caso de Mt 23: 37 e 2 Pd 3: 9.[7]
- Em quarto lugar, o sofrimento tem como causa a ação de satanás (Jó, e Mt 13: 25). A verdade é que satanás tem muito prazer em arruinar a criação de Deus e causar miséria e sofrimento. Deus permite-lhe um poder limitado, mas ele não pode tocar naquele que está em íntima comunhão com Deus (cf. Tg 4: 7).[8]
- Em quinto lugar, o sofrimento tem como causa a negligência humana.[9]
D. A finalidade do sofrimento
Há coisas para as quais não temos explicação, nem sabemos porque têm que ser assim. Um exemplo disso é apresentar argumentos que justifiquem os propósitos que o mal e o sofrimento possam ter na vida de um individuo. No entanto, mesmo não conhecendo todos os bons propósitos que Deus tem para a dor e para o sofrimento, não significa que não haja bons propósitos.
Sobre este assunto, Norman Geisler e Peter Bocchino[10] dizem algo muito curioso. Segundo estes escritores, alguma dor física é necessária para o desenvolvimento do caracter. Por exemplo, a compaixão não se atinge sem a miséria, nem a paciência sem a tribulação. Não se adquire coragem sem o temor, e a persistência é provocada pela privação. Em resumo, algumas virtudes seriam totalmente ausentes sem o mal físico. Geisler e Bocchino chegam mesmo a citar Helen Keller, a qual sobre este assunto diz: “O caracter não pode ser desenvolvido na comodidade e na quietude. Somente através da provação e do sofrimento a lama pode ser fortalecida, a visão clareada, a ambição inspirada e o sucesso alcançado.”[11]
Geisler e Bocchino defendem também que um pouco de dor física é necessário para ensinar aos indivíduos que certos tipos de conduta são errados e têm consequências morais e físicas. A decisão habitual de preferir vícios, o orgulho, a ira, o ciúme, a avareza, a glutonaria, a luxúria, e a preguiça, são manifestações da recusa de dominar os impulsos físicos e psicológicos. Deixar de aprender a desenvolver e usar o domínio próprio resultará na redução do interesse pela virtude e desejo de cultivar uma boa personalidade.
Um pouco de dor também é necessário para nos advertir de um perigo maior e iminente.
Um pouco de dor também é necessário para nos ajudar a evitar um sofrimento maior. Por exemplo, quando alguém ignora as suas necessidades de saúde (descanso, dieta, exercício, etc.), é bom que o corpo reaja de maneira dolorida para que esse individuo saiba que algo está errado antes que a situação piore.
Por fim, um pouco de dor é usado por Deus para obter a nossa atenção moral. Da mesma forma que um pai ama o filho e a disciplina para o chamar à atenção, Deus também age dessa forma para connosco. Sobre este assunto, Geisler e Bocchino citam C. S. Lewis, o qual diz: “Deus cochicha connosco nos prazeres, fala-nos à consciência, mas grita connosco nas dores: a dor é o Seu megafone para acordar um mundo moralmente surdo (…) Enquanto o homem mau não encontra o mal inconfundivelmente presente na sua própria existência, na forma de dor, ele permanece enclausurado na ilusão (…) Sem dúvida, a dor como megafone de Deus é um instrumento terrível, pode levar a uma rebelião final e sem volta. Mas dá a única oportunidade que um homem mau pode ter para se emendar. Remove o véu, e planta a bandeira da verdade dentro da fortaleza de uma alma rebelde.”[12]
II. O QUE DIZEM AS VÁRIAS RELIGIÕES SOBRE O SOFRIMENTO?
A. O Deísmo[13]
O Deísmo surge como um reflexo do iluminismo no campo religioso. Em síntese, e segundo esta conceção do século XVIII, Deus abandonou a Sua criação à sua própria sorte para servir de campo de treino para o caráter humano.
Para os que sofrem, pouco ou nenhum consolo encontrarão nos braços dos deístas, pois negam qualquer possibilidade de imanência de Deus, bem como a Trindade, a encarnação de Jesus, a autoridade divina da Bíblia, a expiação, os milagres, qualquer povo especificamente eleito como Israel, e qualquer ato redentor sobrenatural na história. Portanto, o Deísmo é a crença num Deus que fez o mundo, mas que nunca interrompe as operações deste, com eventos sobrenaturais.
Segundo esta conceção, Deus não interfere na Sua criação. Pelo contrário criou-a para ser independente dele mediante leis naturais imutáveis. O Deísmo clássico tenta afastar Deus do mal ao enfatizar que Deus não é imanente no mundo.
B. O Hedonismo[14]
Do grego hçdonç que significa prazer, o Hedonismo consiste nas teorias éticas que identificam o alvo moral como a felicidade, e o prazer. O Hedonismo afirma ser o prazer, o supremo bem da vida humana. Os simpatizantes do Hedonismo procuram fundamentar-se numa conceção mais ampla de prazer, entendida como felicidade para o maior número de pessoas, entendendo que é a tendência moral que defende a maximização do prazer e a minimização do sofrimento na existência humana. A ideia básica que está por trás do Hedonismo formatada pelos epicureus, é que todas as ações podem ser medidas em relação ao prazer e à dor que produzem.
No formato epicureu, o Hedonismo é a filosofia mais popular do mundo hoje. Os hedonistas modernos pensam que a felicidade é o fim último da vida. Propagam que o homem foi criado para ser feliz e nada deve se interpor no caminho dessa felicidade.
Muitos crentes entram em crise quando pensam num cristão a passar por sofrimento. Muitos perguntam: por que é que um cristão sofre? Estará em pecado? Deus está a castigá-lo? Será que não tem fé? Será que é porque desconhece os seus direitos como filho de Deus?
Dificilmente alguém que esteja a enfrentar os piores dias da sua vida, encontra no Hedonismo alívio para a sua dor, pois esta conceção reduz a moralidade ao sentimento, omite os seus aspetos racionais, éticos e sociais, não fornece nenhum critério para distinguir os prazeres superiores e inferiores, dignos ou indignos, animais e espirituais ou de uma pessoa, e os de outra. Além disso, sendo que o prazer é altamente individualista, como alguém que está a sofrer pode encontrar alívio numa conceção que ridiculariza a dor?
Não há no Hedonismo lugar para o autossacrifício, para a abnegação ou para o dever. Quando a obrigação é absolvida no desejo, a moralidade desce à experiência, à procura daquilo que é mais confortável. Se a busca do prazer é constante, então há sempre uma insatisfação, uma procura de novos prazeres, e um certo desencanto perante os velhos prazeres.
O Hedonismo conduz-nos a um estado de egoísmo em que podemos perfeitamente sacrificar o outro se esse sacrifício implicar um novo prazer.
C. O Estoicismo[15]
O Estoicismo deriva de uma seita de filósofos. Alguns desses filósofos disputaram com o apóstolo Paulo em Atenas, conforme a narrativa bíblica de At 17: 18. A seita teve como fundador um certo Zenom. A sua doutrina era essencialmente panteísta.
Segundo o Estoicismo, o sofrimento decorre de reações despertadas no ser humano por quatro classes de emoções: a dor, o medo, o desejo e o prazer. O ideal do estoico é alcançar a natural aceitação dos acontecimentos, uma atitude passiva diante da dor e do prazer, a abolição das reações emotivas, a ausência de paixões de qualquer natureza.
Uma atitude passiva diante do sofrimento como assevera o Estoicismo, em nada pode contribuir para superar a dor. A maneira como o Estoicismo lida com o sofrimento pode ser resumida em duas objeções:
- Uma moral sem qualquer espécie de emoção é contrária à própria natureza humana. Viver segundo a natureza é também deixar-se guiar por emoções, visto que elas são muitas vezes a nossa mais humana forma de nos relacionar e apesar de causarem sofrimento também podem causar felicidade.
- A virtude como sabedoria faz da moral estoica algo acessível às elites intelectuais não estando, portanto, ao alcance do homem comum, de uma escolaridade mínima. O alcance da virtude, a que só o sábio tem acesso, torna a moral elitista e, portanto, algo que não está ao alcance de todos. Contudo, o sofrimento é inerente a todos.
O Estoicismo grego entendia que o sofrimento fazia parte da “razão” ou da “lógica” do universo. A virtude, para os estoicos, consistia em descobrir a direção do destino (ou da natureza) e ajustar a vida com ela. Era importante não sentir paixões ou não se submeter às emoções, mas harmonizar-se com o fatalismo dos acontecimentos fora do controle do homem. Ter uma atitude de indiferença diante do sofrimento, era a melhor resposta que o filósofo Zeno e os seus seguidores ofereciam. Esta era a atitude correta no entendimento estoico de se lidar com o sofrimento e armar-se intimamente contra ele. Harmonizar-se com o fatalismo e ficar refém do sofrimento não ameniza a dor, antes conduz ao desespero. O Estoicismo em nada ajuda aquele que sofre.
D. O Panteísmo[16]
Esta palavra vem do grego, pan e Theós, significa “tudo é Deus” e foi cunhada por John Toland em 1705, para se referir aos sistemas filosóficos que tendem a identificar Deus com o mundo. O Panteísmo apregoa que o finito e o infinito tornam-se uma e a mesma coisa, embora diferentes expressões de uma mesma coisa. O universo passa a ser autoexistente, sem começo, embora sujeito a modificações. De acordo com o Panteísmo, todos os seres e toda a existência de Deus, são concebidos como um todo.
Segundo Zacarias Aguiar, o panteísta diz “que tudo é Deus e nada é mau na sua essência, as coisas apenas parecem más ao nosso entendimento não iluminado.” Tratar o sofrimento como uma ilusão parece ser uma ilusão.
Do ponto de vista bíblico, o Panteísmo é deficiente em maior ou menor grau por causa de duas considerações. A primeira é que o Panteísmo geralmente nega a transcendência de Deus e defende a sua imanência radical. A Bíblia apresenta um equilíbrio. Deus está ativo na história e na sua criação, mas não é idêntico a elas, em menor ou maior grau. A segunda é que, por causa da tendência de identificar Deus com o mundo material, surge outra vez uma negação menor ou maior do caráter pessoal de Deus. Nas Escrituras, Deus não somente possui os atributos de uma pessoa, como também, na encarnação, Ele assume um corpo e torna-se O Deus-homem. Deus é retratado supremamente como uma pessoa. O Panteísmo afirma que Deus é idêntico ao universo criado. A máxima panteísta diz: “Deus é tudo e tudo é Deus.” O Panteísmo tem muitas vertentes e muitos tipos, no entanto, seja qual for a vertente, Deus não é pessoal. Nenhum movimento moderno assumiu tanto as premissas panteístas como a Nova Era. Shirley MacLaine, um arauto do movimento, declarou em Denver nos Estados Unidos “que ela e todas as outras pessoas formam Deus”.
Para o panteísta a história não existe ou é simplesmente relegada ao mundo das aparências, pois ela é cíclica e repete-se infinitamente. O objetivo da alma é abandonar o corpo e tornar-se um com Deus, nem que seja necessário um grande número de reencarnações para alcançar tal objetivo. Para o panteísta que diz: “eu sou Deus e Deus sou eu,” há sérias implicações, pois Deus é o absoluto Imutável, e o homem é um ser transitório e mutável. Como pode então o homem ser Deus se ele muda e Deus não muda? A dor para o panteísta é apenas um fragmento da sua imaginação.
O Panteísmo também não consegue responder ao problema do mal de uma forma adequada. Dizer que a dor e o sofrimento são uma ilusão pode até filosoficamente ser possível, mas é inaceitável para quem está a ser visitado pela dor. Acreditamos que até mesmo os panteístas gritam de dor quando um membro do corpo deles é amputado sem anestesia. O fato de que o bem e o mal são ilusórios e não se distinguem, também é inadequado. Por que é então que os criminosos vão para a prisão se o conceito de bem e mal não existe? Aqueles que estão a viver dias difíceis, não encontrarão consolo no berço dos panteístas, pois as suas dores estão longe de ser apenas uma ilusão.
E. O Budismo[17]
Ao passo que o Hinduísmo é uma multiplicidade de religiões politeístas e filosofias panteístas, o Budismo é basicamente uma filosofia sem Deus. O Budismo surgiu na Índia cerca de quinhentos anos antes do nascimento de Cristo. Diferente do Hinduísmo, o Budismo pode ser identificado com um fundador específico: Siddhartha Gautama. Buda é um título que significa “iluminado”. Seu fundador desenvolveu a partir de um movimento de reforma dentro do Hinduísmo uma religião essencialmente ateísta. Segundo Norman Geisler, as crenças básicas do Budismo são resumidas em quatro verdades:
- A vida é sofrimento
- O sofrimento é causado pelo desejo de prazer e prosperidade
- O sofrimento pode ser superado pela eliminação do desejo
- O desejo pode ser eliminado pela Trilha Óctupla
Não há no Budismo esperança em Deus ou no céu, pois não há Deus no ensinamento Gautama. O que buscam é o nirvana, a eliminação de todo sofrimento, desejo e ilusão de autoexistência. Diz-se que, fundamental e inexoravelmente, viver é sofrer. Desse ponto de partida a filosofia budista começou a elaborar a solução do problema para o sofrimento.
Segundo o Budismo, o que dá poder para continuar no ciclo de renascimentos é o desejo, pois dos desejos provêm as ações e estas mantêm o ciclo enfadonho de nascimento e renascimento em que se colhem os seus frutos. Enquanto houver ações haverá o resultado delas, eis a lei do Karma. Esta assevera que é necessário renascer a fim de completar o excedente da recompensa ou do castigo. Para o budista estamos reféns do acaso, isto é, não há um comando divino.
O principal objetivo do Budismo é levar o homem a libertar-se desta vida, tornar-se um com o universo, e assim atingir o nirvana, o nada. Somente assim, disse Gautama, é que seremos livres das aflições desta vida. Há consolo numa filosofia religiosa que não crê que exista um Deus pessoal, que se interessa por nós e apregoa que viver é sofrer?
Para o budista todos os 84.000 ensinamentos de Buda visam unicamente isto: libertar do sofrimento. Buda ensinou a iluminação interior, não obstante, morreu a em busca de mais luz. Nunca afirmou: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.”[18]
F. Hinduísmo[19]
Para o Hinduísmo, o seu ser supremo é indefinível, indiferente e impessoal. No Hinduísmo não há nenhum pecado contra um Deus santo. O mal pode ser superado pelo esforço humano. A única forma do hindu encontrar alívio para o sofrimento, é quando o indivíduo expande o seu ser e consciência a um nível infinito e percebe que o seu eu, é o mesmo que Brahman (o ser absoluto do qual toda a multiplicidade se origina).
O hindu mantém uma atitude semelhante à do budista, pois ele também, ao analisar o problema do sofrimento, estabelece uma prévia conceção de que o seu nascimento originou todos os sofrimentos e desigualdades. Os sofrimentos não provêm realmente do relacionamento rompido com Deus, nem de satanás, do meio ambiente degradado pelo homem, nem ainda dos nossos semelhantes, mas, diz ele, da nossa própria escolha, num nascimento prévio.
O hindu baseia o sofrimento em dois fatos: o renascimento, que explica as desigualdades e os sofrimentos desta vida, e o senso de separação do ser divino. No Hinduísmo, as pessoas sofredoras devem ser abandonadas ao estado de sofrimento, porque esse é o seu destino determinado pelo karma.
O Hinduísmo também apresenta uma possível explicação para o sofrimento e o mal no mundo. De acordo com o Hinduísmo, o sofrimento que qualquer um experimenta, seja enfermidade, fome ou um desastre, é devido às próprias ações maléficas que a pessoa realizou, normalmente em vidas passadas. A alma é a única coisa que importa, pois um dia será livre do ciclo da reencarnação e descansará.
Para os hinduístas e budistas está fora de qualquer questionamento a máxima: a vida sempre está ligada ao sofrimento. A própria condição passageira em si é sofrimento. O único alento para os que creem no Budismo e Hinduísmo quanto ao sofrimento, é que este pode ser visto como uma chance e como purificação de um karma infeliz.
G. O Islamismo[20]
Maomé o fundador do Islamismo nasceu em 570 d.C. na cidade de Meca, na Arábia. O seu pai morreu antes do seu nascimento, e a sua mãe morreu quando ele tinha seis anos, sendo criado primeiramente pelo avô e depois pelo tio.
A palavra Islão é um substantivo formado a partir do verbo árabe que significa “submeter-se, resignar-se ou sujeitar-se”. Islão quer dizer submissão ou resignação, e a sua derivação traz a ideia de ação, e não a de uma simples imobilidade. O próprio ato da resignação obediente está no coração do Islão, mais do que uma aceitação e sujeição passivas à doutrina. Muçulmanos, outra forma substantivada do mesmo verbo, significa: “aquele que se submete”. O ensinamento de Maomé o fundador do Islamismo pode ser resumido em cinco doutrinas:
- Alá é o único Deus
- Alá enviou muitos profetas, inclusive Moisés e Jesus, porém Maomé, o último deles, é o maior
- O Alcorão é o supremo livro religioso, tendo prioridade sobre a Lei, os Salmos e o Injil (Evangelhos) de Jesus
- Existem muitos seres intermediários (anjos) entre Deus e nós, alguns deles sendo bons e outros maus
- As obras de cada ser humano serão pesadas, a fim de se determinar quem irá para o céu ou para o inferno, na ressurreição
O Islamismo talvez seja a conceção religiosa mais simplória de ver o sofrimento. O muçulmano impressiona-se com a soberania de Deus. Tudo o que acontece é da Sua vontade. Ele predeterminou e predestinou tudo o que acontece. Tanto o bem como o mal que nos advêm são da Sua vontade. A atitude do fiel é submeter-se a ela.
Muitas crenças muçulmanas vêm da Bíblia, contudo, apesar da influência e semelhanças, as diferenças são notáveis. O Islamismo não crê num Deus pessoal e exclui completamente a Trindade, conforme esta é ensinada na Bíblia. No Islamismo, Deus está divorciado da Sua criação. A Sua transcendência impede-o de ser pessoal. No Islão, a pessoa e a obra de Cristo não têm significado nenhum em termos de fundamentos da fé, pois não acreditam que Cristo é o Filho de Deus, nem que ressuscitou dentre os mortos. No Islamismo o sofrimento não possui nenhum valor religioso.
Que acréscimo, uma religião que nega as principais balizas do cristianismo pode representar na hora da dor? A Trindade, a divindade de Cristo, a ressurreição, a natureza pecadora do homem, e a salvação pela Graça são negadas. É certo o que alguém já disse: “ o Islamismo foi criado por um profeta que morreu; o cristianismo, por um Salvador ressurreto”. A maior fonte de superação da dor vem daquele que o Islamismo nega, Jesus. O fiel ao Islamismo não pode ser consolado com essas palavras: “Tenho-vos dito estas coisas, para que em mim tenhais paz. No mundo tereis tribulações; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.”[21] Maomé falou que ele e as suas tribos eram os descendentes de Abraão através de Ismael, outro dos filhos de Abraão. Mas não declarou: “Antes que Abraão existisse eu sou.”[22]
H. O Judaísmo[23]
Não se pode considerar a Bíblia como revelação divina sem também reconhecer o lugar dado ao Judaísmo histórico. Enquanto o Cristianismo reconhece que a promessa de um salvador pessoal e espiritual é o ápice da revelação bíblica, o Judaísmo mesmo com as suas ramificações ortodoxas, conservadoras e reformadas tem-se confundido quanto ao seu conceito de messiado. Apesar de haver diferenças marcantes em muitas áreas da crença e da prática entre o Judaísmo e o Cristianismo, existe uma herança comum partilhada:
- A crença num só Deus, nosso Pai;
- É Deus que nos salva;
- A ignorância sobre os Seus caminhos;
- A humildade diante da Sua onipotência;
- O conhecimento de que nós pertencemos a Ele, e Ele a nós;
- O amor a reverência que lhe devemos;
- A dúvida sobre a nossa fidelidade inconstante;
- O paradoxo de que nós somos pó, mas ainda assim imagem de Deus;
- A consciência de que Ele nos quer como companheiros na santificação do mundo;
- A condenação do chauvinismo religioso arrogante;
- A convicção de que o amor a Deus é inútil sem o amor ao próximo;
No que diz respeito ao sofrimento, o Judaísmo afirma que ele existe, não apenas por causa da submissão à vontade insondável de Deus, mas igualmente pela circunstância de que se acreditava que Deus era O causador soberano tanto do mal quando do bem. O sofrimento dos justos, e a felicidade dos ímpios tinham de ser percebidos como uma tribulação para a fé judaica, porque ambos pareciam incompatíveis com a justiça de Deus.
Ainda, segundo Pannenberg, a conceção judaica sobre este assunto, defende que uma vez que Deus consideraria com graça o Seu povo, livrá-lo-ia de todas as suas tribulações, não permitiria chegar à tenda do justo nenhuma “enfermidade”, compensaria em dobro todas as suas perdas, e dar-lhe-ia abundância de dias e prosperidade. No entanto, com as constantes derrotas que culminaram com o cativeiro essa conceção teve que ser remetida para uma visão escatológica que se desenvolveu no judaísmo pós-exílio. Aqui estava outra conceção mais elevada, destruindo a crença superficial de que o justo prosperaria, teria vida longa e que seus olhos veriam somente as tribulações sobrevirem aos outros.
Diante do exposto, podemos perguntar: em qual conceção se encaixa melhor na convicção de que Deus se encontra presente e ativo em relação ao sofrimento no mundo? Temos sérias restrições quanto à complementaridade dessas conceções, visto que todas excluem a pessoa bendita de Jesus como resposta ao problema do sofrimento.
Quanto ao Cristianismo nas palavras de Gustaf Aulén, é bom que se diga que este não é uma religião que tem no bolso do colete, uma explicação imediata para tudo o que acontece. Pelo contrário, o Cristianismo recusa-se a propor uma cosmovisão racional ou, em outras palavras, transformar a fé num sistema monista de pensamento capaz de resolver todos os enigmas.
O mesmo Gustaf ao explicar a relação da fé com o problema do mal, diz que “se o mal fosse invencível, a fé em Deus estaria morta”, pois segundo ele, “os olhos da fé veem não só o mal em toda a sua fidelidade, mas também, e acima de tudo, o Deus vitorioso”. É claro que essas cosmovisões acerca das causas do sofrimento sugeridas por variados segmentos religiosos, não satisfazem plenamente as indagações causadas pelas perdas e dores e diferentemente do que entende MacGrath pouco se complementam, antes, chocam-se.
III. A SOLUÇÃO PARA O SOFRIMENTO
A. A eliminação do sofrimento
Mesmo que nos pareça que este problema do sofrimento não tem solução, a verdade é que devemos ter em mente que Deus tem agido a nosso favor, a fim de livrar o mundo do sofrimento. O que nos deixa mais admirados é o facto d’Ele ter feito isso, passando Ele mesmo, pelo sofrimento.
Deus é o Pai que foi testemunha da tortura e da morte do Seu próprio Filho. O Deus, que ama o Seu Filho, permitiu que Ele sofresse, a fim de que nós pudéssemos ficar livres do sofrimento. Devido à paixão e morte de Cristo, aqueles que O têm aceitado como seu Salvador ficam livres do mais intenso sofrimento que se pode imaginar, ou seja, ficarem eternamente separados de Deus. É no próprio sofrimento de Deus que vemos o Seu grande amor.[24]
Deus tem um plano cujo alvo é a eliminação do sofrimento. Mas então porque é que não o faz? Se Deus erradicasse todo o mal que domina o nosso planeta, Ele também teria que erradicar todos os homens maus. E nesse caso, ninguém ficaria isento (cf. Rm 3: 23). Por isso, Deus prefere transformar os homens, em vez de os erradicar. Se Deus removesse todo o mal que existe no mundo, a essência (livre-arbítrio) da humanidade seria destruída, pelo que o homem tornar-se-ia um autómato sem sentimentos nem capacidade de amar. O amor está alicerçado sobre o direito que o individuo tem de escolher .[25]
Eliminar o mal e o sofrimento não é solução para o problema. Na verdade, é o amor de Deus pelo homem que O impede de remover o mal e o sofrimento que há no mundo, por meio de uma exibição do Seu poder. Por esta razão, o plano de Deus consiste na remoção do mal mediante a exibição do Seu amor, ou seja, o amor que Ele demonstrou no calvário. É no amor de Deus que encontramos a chave para a solução definitiva do problema do sofrimento.[26]
B. Cristo, O supremo sofredor
Quando sofremos, olhamos para nós mesmos, para as nossas provações, para os nossos problemas? Vivemos sujeitos às circunstâncias externas, em vez de vivermos acima delas? Ou olhamos para Aquele que experimentou um sofrimento maior que aquele que somos capazes de conceber?[27]
Existem vários detalhes na vida de Jesus que revelam o Seu papel de Messias e de “Servo sofredor”. Por exemplo, a vida terrena de Cristo começou no meio de perseguições e perigos (matança dos inocentes decretada por Herodes). O Filho de Deus assumiu também um papel de profunda humilhação nascendo numa família pobre e adquirindo a nossa natureza humana, com todas as debilidades e fraquezas, bem como a capacidade de sofrer. Embora fosse o tão esperado Messias, Jesus foi desprezado e rejeitado pelo Seu próprio povo. A pessoa de Jesus esteve também constantemente exposta à violência, como no caso de Lc 4: 29. Jesus esteve também, constantemente debaixo de perseguição e conspiração por parte das autoridades político-religiosas judaicas, o que levou à Sua prisão, julgamento e condenação à morte por crucificação. Os sofrimentos de Jesus também incluíram ferozes tentações por parte do diabo (cf. Mt 4: 1).[28]
Jesus, O supremo sofredor, veio a este mundo com o objetivo de sofrer pelos nossos pecados. Como consequência dos Seus sofrimentos, a nossa redenção ficou assegurada. A única coisa que Ele requer de nós é a nossa fé, o nosso amor, o nosso louvor, os nossos corações e a consagração total das nossas vidas.[29]
Quando Cristo vem viver em nós, isso capacita-nos a viver acima das circunstâncias externas por mais dolorosas que elas sejam. Que possamos dizer como Paulo, lá em Rm 8: 35-37: “Quem nos separará do amor de Cristo? Será a tribulação, ou a angústia, ou a perseguição. Ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro. Em todas estas coisas porem, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou.”[30]
CONCLUSÃO
Esta pesquisa permitiu-me chegar à conclusão que talvez o maior teste da fé para o cristão atual, seja o de crer que Deus é bom. Há muita coisa que considerada isoladamente sugere o contrário. É como um tecido vivo visto através duma lupa, o qual se apresenta nítido no meio e baço à volta. Embora não entendamos o que estamos a ver, sabemos que essa zona periférica é nítida pelo que vemos no meio. A vida é como um tecido vivo. Há muitas zonas que se apresentam enevoadas, muitos acontecimentos e circunstâncias que não compreendemos. Contudo, eles devem ser interpretados pela claridade que vemos no centro – a cruz de Cristo. Não precisamos de fazer suposições acerca da vontade de Deus a partir de dados isolados. Ele revelou claramente o Seu caracter e demonstrou-o de forma dramática na cruz (Rm 8: 32).
Deus não nos pede que entendamos tudo, mas que confiemos n´Ele da mesma maneira que pedimos a um filho nosso que confie no nosso amor.
Temos paz, quando reconhecemos conscientemente que por nós só conseguimos ver alguns fios do grande tapete da vida e da vontade de Deus, e não o quadro completo. Então podemos afirmar calma e alegremente, o que Paulo disse aos romanos em Rm 8: 25: “…que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus e daqueles que são chamados pelo seu decreto.”
Mais do que o sofrimento em si, é a nossa reação ao sofrimento, que determina se a experiência vai ser uma bênção ou uma maldição.
Quando, pela Graça de Deus, podemos ver toda a vida através da lente da fé no amor de Deus, podemos afirmar como Habacuque em Hc 3: 17, 18: “Porquanto, ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide, o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento, as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja vacas, todavia eu me alegrarei no Senhor, e exultarei no Deus da minha salvação.”
BIBLIOGRAFIA
LITTLE, Paul. Explicando e expondo a fé. 1ª ed. Editora Núcleo, 1985
GEISLER, Norman & Peter Bocchino. Fundamentos inabaláveis. Editora Vida, 2003
GRIFFIN, William & Ruth Graham Dienert. O cristão fiel. 1ª ed. Editora proclamação, 1996
WEBGRAFIA
http://www.infopedia.pt/lingua-portuguesa/sofrimento
http://tede.est.edu.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=228
[1] LITTLE, Paul. Explicando e expondo a fé. 1ª ed. Editora Núcleo, 1985, p. 135
[2] Ibidem, pp. 135, 136
[3] http://www.infopedia.pt/lingua-portuguesa/sofrimento, dia 10/04/13 às 11.53
[4] LITTLE, Paul. Explicando e expondo a fé. 1ª ed. Editora Núcleo, 1985, p. 136
[5] Idem
[6] Ibidem, p. 138
[7] Ibidem, pp. 140, 141
[8] Idem
[9] LITTLE, Paul. Explicando e expondo a fé. 1ª ed. Editora Núcleo, 1985, p. 141
[10] GEISLER, Norman & Peter Bocchino. Fundamentos inabaláveis. Editora Vida, 2003, pp. 256-258
[11] Ibidem, p. 256
[12] GEISLER, Norman & Peter Bocchino. Fundamentos inabaláveis. Editora Vida, 2003, p. 258
[13] http://tede.est.edu.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=228 – 25/03/13 às 22.51
[14] http://tede.est.edu.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=228 – 25/03/13 às 22.51
[15] http://tede.est.edu.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=228 – 25/03/13 às 22.51
[16] http://tede.est.edu.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=228 – 25/03/13 às 22.51
[17] http://tede.est.edu.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=228 – 25/03/13 às 22.51
[18] Jo 8: 12
[19] http://tede.est.edu.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=228 – 25/03/13 às 22.51
[20] http://tede.est.edu.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=228 – 25/03/13 às 22.51
[21] Jo 16: 33
[22] Jo 8: 58
[23] http://tede.est.edu.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=228 – 25/03/13 às 22.51
[24] GRIFFIN, William & Ruth Graham Dienert. O cristão fiel. 1ª ed. Editora proclamação, 1996, pp. 230, 231
[25] Ibidem, pp. 230-232
[26] GRIFFIN, William & Ruth Graham Dienert. O cristão fiel. 1ª ed. Editora proclamação, 1996, pp. 230-232
[27] Ibidem, pp. 233, 234
[28] Ibidem, p. 234
[29] Idem
[30] GRIFFIN, William & Ruth Graham Dienert. O cristão fiel. 1ª ed. Editora proclamação, 1996, pp. 234, 235