“Se Deus é bom…”
Um estudo sobre o mal, o sofrimento e a justiça
por Raquel Viegas Pinheiro
Monografia elaborada para a Disciplina “Apologética” no 3º ano do MEIBAD – Instituto Bíblico Monte Esperança
docente Samuel Pinheiro
FANHÕES
2017-2018
ÍNDICE
INTRODUÇÃO 1
I. PORQUE EXISTE O MAL? 2
1. O que é o mal? 2
2. Quem criou o mal? 2
II. PORQUE EXISTE O SOFRIMENTO? 4
1. Que mal fez eu para merecer isto? 4
2. Qual o propósito do sofrimento? 5
III. PORQUE É QUE DEUS NÃO FAZ JUSTIÇA? 7
1. Porque Deus poderoso não destrói o mal e o sofrimento? 7
2. Se Deus é bom porque não faz justiça? 9
CONCLUSÃO 11
BIBLIOGRAFIA 12
INTRODUÇÃO
Este trabalho foi realizado no âmbito da Unidade Curricular “Apologética” lecionada pelo docente Samuel Pinheiro, e tem como objetivo principal exibir um estudo acerca do mal e do sofrimento relacionando com a justiça divina. É pretendido responder a questões dentro desta temática que geralmente são levantadas questionando a fé.
A escolha deste tema teve origem num diálogo com uma senhora durante uma campanha evangelística, esta duvidava da existência de Deus porque que Ele não fez o seu trabalho quando um homem raptou uma criança, no seu ponto vista se Deus existisse teria cortado os braços àquele individuo. Este exemplo tem uma ligação direta tanto com o mal moral, como com o sofrimento e também com a justiça de Deus.
Admito com segurança que o sofrimento e o mal moral têm sido obstáculos à aceitação do evangelho devido ao conceito errado generalizado. A questão das “crianças que morrem à fome em áfrica” é apenas um grão de areia nesta temática, porque a grande dificuldade é quando o sofrimento e o mal atingem pessoalmente. Creio que se mostrarmos o ponto de vista Bíblico, o de Deus, podemos levar as pessoas ao Cristo que sofreu por elas.
A metodologia utilizada para a realização desta monografia inclui quatro etapas: 1) pesquisa e análise de bibliografias (enciclopédias, dicionários, comentários e outros); 2) seleção de informações relevantes para a temática, retiradas da bibliografia; 3) desenvolvimento do conteúdo; 4) Formatação e revisão final.
O trabalho está dividido em três grupos principais:
1. Porque existe o mal?: É indicado o conceito de mal moral e a sua origem.
2. Porque sofremos?: O mal e o sofrimento tem uma relação muito próxima. Sendo que neste ponto será explorado o sofrimento como consequência do mal. É explicado qual é o propósito divino quanto ao sofrimento e a coabitação deste com Deus.
3. Porque é que Deus não faz justiça?: Neste ponto assume-se a existência de Deus, do mal e do sofrimento. É abordado a “inatividade” aparente de Deus quanto a este problema, é questionada a omnipotência e bondade divina.
I. PORQUE EXISTE O MAL?
1. O que é o mal?
Há três formas de relacionar Deus com o mal:
1. O mal existe mas Deus não (ateísmo);
2. Deus existe mas o mal não (panteísmo);
3. Tanto Deus como o mal existem.
Negar o mal é um conceito monista ou panteísta: o mal é apenas algo que parece ser mas não é; é uma ilusão e não uma realidade. Mas se o mal não é real é porque os sentidos são completamente indignos de confiança e não existe qualquer diferença entre a dor ilusória e real, mas esta ideia não parece corresponder à realidade, antes pelo contrário, parece ser meramente algo que homem gostasse que fosse verdadeiro. O mal, é algo quase palpável, é universal e é real.
Se o mal existe, como podemos defini-lo? Norman Gleiser defende que o mal não é em si mesmo uma substância, mas na sua definição está implícita a ausência do bem que deveria estar presente mas por alguma razão não está. Agostinho citado por Gleiser define o mal como algo “corrupto”, mas a corrupção acontece quando algo bom por natureza sofre perda de pureza. Isto remete-nos ao jardim do Éden onde o Homem era bom por natureza mas ao pecar perdeu essa natureza boa e agora é mau por natureza.
Se não podemos definir o mal como “algo” mas sim como uma ausência não é possível atribuir a criação do mal a Deus. Mas onde podemos encaixar o mal no meio de Deus e de um plano de criação perfeitos?
2. Quem criou o mal?
Aparentemente o texto de Isaías 45:7 apresenta Deus como criador do mal, mas à luz do contexto da passagem este mal é melhor traduzido como desgraçada ou julgamento e não se aplica no sentido moral. À luz da Bíblia, Deus não é mau (1Jo 1:45) e é moralmente perfeito (Mt 5:48).
A Bíblia é clara ao afirmar que Deus não criou um mundo com sofrimento ou males (Gn 1-2), atualmente o mundo não é igual ao estado original (Gn 3:16-22). “O homem trouxe o mal para si por escolher egoisticamente seu próprio caminho à parte do de Deus.” O mundo está num estado anormal, o homem tem natureza pecaminosa, o mundo não está como Deus “queria” que estivesse (Rm 5:19; Gn 6:5-6;11-12).
Geisler apresenta que um dos requisitos para sermos criação perfeita era ter a liberdade inserida no pacote. E quem tem liberdade, tem escolhas, e uma dessas escolhas é decidir entre fazer o bem ou não fazer o bem (ou seja, o mal). Enquanto “Ele faz com que o mal seja possível; nós fazemos com que o mal seja efetivo.” Com Satanás aconteceu a mesma situação, ele foi criado com poder de escolha para poder amar Deus livremente (amor forçado não é amor, é estupro ) mas ele tornou-se a primeira causa do pecado através do seu próprio livre-arbítrio. Podemos afirmar que quem criou o mal foi Satanás, os anjos caídos e nós próprios quando optámos por não escolher o bem que Deus criou.
II. PORQUE EXISTE O SOFRIMENTO?
1. Que mal fez eu para merecer isto?
O sofrimento pode derivar: do julgamento divino, como consequência do pecado de Adão ou de Satanás.
a) Julgamento divino
Será que o sofrimento pessoal está diretamente ligado ao pecado pessoal? Será que Deus castiga sempre que se peca? Em Salmos 103:10-11 e Lamentações 3:22 indica que Deus sempre trata os Seus com misericórdia apesar do pecado . A própria salvação é algo misericordioso porque todos merecíamos a condenação (Rm 3:23), mas agora podemos ser considerados inocentes por meio de Cristo (Rm 1:8).
Hindus defendem que o sofrimento individual é o resultado do mal individual (Karma) no cristianismo esta ideia também pode estar presente. É corrente perguntarem “que mal fez eu para merecer isto?”. Não se pode descartar o conceito de sofrimento como castigo divino (ex: Miriã, Arão, Ananias e Safira), porque este é real à luz da Bíblia mas em diversos casos não há qualquer ligação, Deus até colocou na Sua Palavra um livro (Jó) que é dedicado ao problema do sofrimento e apresenta que este nem sempre é causa do pecado. Jesus explicou aos seus discípulos esta mesma ideia quando estes questionaram a razão da cegueira de um homem, Jesus foi claro ao afirmar que o pecado pessoal não era o motivo (Jo 9:1-3).
b) Pecado de Adão
“Quando as almas se tornam perversas, elas certamente fazem uso desta possibilidade para se ferirem umas às outras.”
A maioria do sofrimento deriva de más escolhas. Por vezes são consequências naturais dos pecados e erros, se alguém roubar um banco naturalmente que será preso, se alguém comer um iogurte estragado naturalmente irá ter uma indigestão. A prisão e a indigestão são sofrimentos que derivaram de uma má escolha e nem sempre é necessariamente julgamento divino. Outras vezes o sofrimento é infligido por terceiros, por vezes diretamente, se alguém matar propositadamente outro, ou indiretamente por exemplo se o governo tomar más decisões que podem prejudicar outros que lhes são desconhecidos.
“O mal invadiu toda a personalidade humana.” Por causa do pecado Adão, o mundo ficou contaminado com a dor, a morte, o mal e o sofrimento (cp Rm 5). Mas por causa da obediência de um (Jesus), muitos podem ser justificados perante Deus.
c) Satanás
Satanás é tanto culpado do mal como o Homem e Ele pode causar doenças e sofrimentos mas os filhos de Deus têm imunidade condicionada pela permissão ou não de Deus (Tiago 4:7). Apesar da sua derrota na cruz ele ainda exerce influência sobre o homem, principalmente sobre os não regenerados.
2. Qual o propósito do sofrimento?
A Bíblia é clara quando nos ensina que há coisas que sempre nos serão ocultas mas que Deus sabe todas as coisas, Ele com a Sua soberania escolhe o que deve ser ou não revelado (Dt 29:29). Podemos não compreender no momento a razão do sofrimento mas isso não significa que não haja um bom propósito.
É claro através dos exemplos que Bíblia apresenta que o sofrimento de alguém pode contribuir: 1) para o bem maior como aconteceu com José (Gn 50:20) ou 2) para crescimento espiritual como aconteceu com Jó (Jó 23:10). Mas em ambos os casos eles só entenderam o propósito muito depois de passarem pelo sofrimento.
Não há dúvida de que o sofrimento como o megafone de Deus é um instrumento terrível, podendo levar à rebelião final, que não dá lugar ao arrependimento. Mas ele fornece também a única oportunidade que o perverso pode ter de emendar-se. Ele remove, o véu, planta a bandeira da verdade na fortaleza de uma alma rebelde.
“Todos (…) vivemos num mundo caído, onde o sofrimento (…) faz parte do mesmo de um modo generalizado. Não podemos explicar o sofrimento individual.” Ser crente não garante vida sem sofrimento, por vezes este ainda sofre mais que o descrente (cp. Sl 73:3-5), mas garante uma esperança que ajuda a passar o sofrimento.
É correto afirmar que este mundo não é o melhor que existe, pois existem guerras, assassinatos, etc. Atrás já foi justificado o motivo do mundo ser assim. Mas é necessário também compreender que a vida neste mundo é temporária. Assim como a “tribulação é uma condição prévia à paciência” , “o mundo é uma condição prévia da perfeição.” Hoje, este mundo não é o melhor, porque o pecado degradou-o (não Deus), mas é sem dúvida o caminho que Deus arranjou para chegarmos ao melhor mundo (o céu).
Ao estudar o sofrimento do cristão corre-se risco do apresentar como algo bom mas deve-se ter em mente que este “não é bom em si mesmo. O que é positivo para o sofredor em qualquer experiência penosa é a sua submissão à vontade de Deus e, para os expectadores, a compaixão despertada e os atos de bondade a que esta os leva.”
Deus não é um ser cujo sofrimento é algo incompreensível para Ele, não O podemos culpar por não saber o que é sentir o sofrimento, porque na verdade Deus fez-se Homem e sofreu como Homem para impedir o sofrimento eterno do Homem (Is 53:3; Hb 2:18, Hb 4:15). Ver Deus como totalmente bom pode ser um teste à nossa fé.
O maior sofrimento do homem é o sentimento de culpa por estar longe de Deus, porque o pecado corrói a essência da felicidade, retirando esse sofrimento por meio de Cristo, todos os outros são mais suportáveis. Deus sempre se preocupou em resolver a suprema dor do Homem que leva à dor eterna.
Em suma, a existência de Deus não impede o sofrimento individual, ainda que este não seja o plano inicial de Deus, Ele pode ter bons propósitos para a permissão do sofrimento: levar o pecador ao arrependimento, para um bem maior, para o crescimento pessoal ou para evitar um mal maior.
III. PORQUE É QUE DEUS NÃO FAZ JUSTIÇA?
A tendência do Homem sempre será culpar a alguém pelo seu sofrimento, mal e desgraça. E no fim do esquema, encontra-se Deus. Mas esse Deus, que tanto é culpado, fez algo que nenhum homem já faria, Jesus que é Deus assumiu a culpa do erro do Homem (2 Co 5:21).
Mas quando as pessoas colocam em causa a justiça de Deus, na sua mente tem uma destas questões: se Deus pode todas as coisas porque não faz justiça? Se Deus é bom porque não faz justiça?
“A liberdade de Deus consiste no fato de que nenhuma outra causa além dEle mesmo produz os seus atos e nenhum obstáculo externo os impede — que a sua própria bondade é a raiz de que todos eles brotam e sua própria onipotência o ar em que todos florescem. “
1. Porque Deus poderoso não destrói o mal e o sofrimento?
Se o mal não foi derrotado e o sofrimento exterminado então é porque o Deus não é todo poderoso.
Em primeiro lugar é necessário rever o termo omnipotência divina. “A sua onipotência significa poder para fazer tudo que é intrinsecamente possível, e não para fazer o que é intrinsecamente impossível.” É claro que Deus pode fazer tudo (Lc 1:37), mas Ele não é limitado por este atributo, temos de entendê-lo à luz da Sua soberania, do Seu amor, da Sua Justiça e todos os outros atributos. Ele podia exterminar a humanidade toda nos tempos de Noé mas como Ele é justo e amoroso, Ele poupou os justos. Apesar da Sua omnipotência permitir que Ele o fizesse, Ele escolheu o que queria fazer: poupar Noé e a família (Gn 6:8-9).
Em segundo lugar, há duas formas de destruir o mal:
1) Destruindo o livre-arbítrio: para o mal ser destruído, primeiro a liberdade tinha de ser destruída na totalidade. Será que queremos viver sem liberdade? Sem liberdade vivíamos felizes? Se destruirmos a liberdade para destruir o mal, “essa destruição seria má em si mesma.”
2) Destruindo a humanidade: Para um trabalho completo, Deus ao eliminar o mal, teria que eliminar “as nossas falhas em praticar o bem”, quem de nós iria sobreviver a essa limpeza?
Em terceiro lugar, apesar de não poder ser destruído agora, temos de admitir que um dia Deus irá derrotar o mal, Deus já começou este trabalho quando revelou na sua lei o que era errado (Ex 20); deu discernimento para distinguir o certo do errado (Rm 2:12-15); dotou-nos de capacidade para fazer o certo (Rm 8:2-4); entregou Jesus à morte para derrotar oficialmente mal na cruz (Cl 2:14-16) e um dia Jesus voltará para derrotar efetivamente todo o mal (Ap 19-22). O mal apesar de real, é temporário, irá haver nova vida onde não haverá choro, ranger de dentes, sofrimento e dor. Paul Little afirma que é possível resolver o problema do mal a nível pessoal aceitando a obra redentora de Cristo e ser nova criatura (2 Co 2:17).
Se Deus não pode destruir o mal, não pode ao menos criar um mundo melhor, onde cada um manipulasse a “matéria” a seu gosto para não sofrer?
C.S Lewis apresenta um ponto de vista interessante, temos de reconhecer que a matéria que nos rodeia neste mundo pode ser simultaneamente agradável para uns e desagradável para outros. Por exemplo o mesmo monte, para aquele que sobe torna-se desagradável para o desce torna-se agradável. A chuva para o agricultor em tempos de seca torna-se agradável, a chuva para o construtor de casa torna-se desagradável. Se o Deus todo poderoso torna-se toda essa matéria boa para todos, teria que eliminar a capacidade que o Homem tem de se agradar ou desagradar, basicamente seriamos todos iguais e que incrivelmente ficaríamos contentes com tudo o que Deus definiu que nos dava felicidade. Todos gostávamos de sardinha temperadas com vinagre.
E se Deus todo poderoso impedisse que a matéria fosse mal usada, anulando a possibilidade do sofrimento? Se Deus tornasse o errado impossível, o livre-arbítrio seria eliminado, algo que já foi considerado mau em si mesmo. Deus o faz ocasionalmente, isso é chamado de milagres, mas não é uma regra, porque Deus não quer Homens sem poder de escolha.
Deus é todo poderoso, mas Ele tem vontade e sabe o que é melhor para o Homem.
2. Se Deus é bom porque não faz justiça?
De um lado, se Deus é mais sábio do que nós, o seu julgamento deve diferir do nosso sobre muitas coisas, e não apenas sobre o bem e o mal. O que nos parece bom pode então não ser bom aos olhos dEle, e o que nos parece mau pode não ser mau.
Esta é uma afirmação que é preciso ter em mente antes de estudar a bondade divina. Talvez o conceito de “bom” seja limitado a “algo que faça feliz”. E se Deus é bom porque não faz a todos felizes? Duas razões:
1) Eliminaria o livre-arbítrio (ideia já explorada)
2) Há uma fenda muito grande entre o que “faz feliz” e o que é “bom”. Os pais para educaram os seus filhos preferem que eles “sofram” com um castigo do que passem por caminhos desprezíveis e desvairados. (cp. Hb 12:7-11) No fundo optam por um sofrimento a curto prazo para evitar um sofrimento a longo prazo.
Ele é o oleiro e o Homem é o barro (Is 64:8), a relação criador-criatura é algo incomparável. E o “vaso” não tem o direito de questionar o oleiro durante o seu trabalho (Rm 9:20), porque se o oleiro coloca todo o seu amor e dedicação, temos de reconhecer que para uma obra prima perfeita é necessário tempo, esforço e momentos dolorosos. Quem é o Homem para dizer que não existe um bom propósito por trás do sofrimento?
Deus é Justo. Por isso existe o céu para quem quer viver com este Deus amoroso e o inferno para quem não quer viver com Deus. Deus não força ninguém a coabitar com Ele. Sabemos que o desejo de Deus é que todos se salvem (2 Pe 3:9), mas Ele quer que o façam livremente. Deus não salva pessoas a qualquer custo (forçando as pessoas), e um inferno é “um lugar que não foi absolutamente feito para homens”.
A exigência de que Deus deva perdoar tal homem enquanto permaneça como é, está baseada numa confusão entre tolerar e perdoar. Tolerar o mal é simplesmente ignorá-lo, trata-lo como se fosse bem. Mas o perdão precisa ser tanto aceito como oferecido (…) a pessoa que não admite a culpa não pode aceitar perdão.
A bondade de Deus não pode pôr em causa a Sua justiça, e Ele fará a justiça a seu tempo, na eternidade. Lembrando que um dia Ele irá reinar com vara de ferro (Ap 12:5). E será que o Homem realmente deseja que Deus “faça justiça” imediata cada vez que ele peque? Todos seriam alvos da ira de Deus mas foi“o próprio Deus que, (…) resolveu fazer a propiciação (…) através da pessoa de Jesus Cristo e apaziguar a sua própria ira” . É a Sua bondade que permite o perdão de pecados, que permite um novo começo a todas as criaturas que foi expressa no calvário.
Êxodo 3:7-8 claramente nos mostra um Deus que ouve os clamores do seu povo e tem misericórdia daqueles que estão em sofrimento. Deus é bom e não está apático ao sofrimento da Sua criação.
CONCLUSÃO
O sofrimento e o mal são questões bastante sensíveis porque incluem uma parte muito pessoal e privativa das pessoas. Não é uma temática que eu considere que é possível discutir apenas teoricamente, porque geralmente quando alguém nos questiona sobre isso é porque já sofreu ou é próximo de quem já sofreu algo. As pessoas estão cheias de cicatrizes e feridas abertas e muitas pessoas atribuem a culpa a Deus porque não sabem a quem mais culpar. Claro que estas questões devem sempre ser respondidas apresentando um Deus que não é mau nem tem prazer no sofrimento das suas criaturas.
“A vida de Jesus significa, realmente, que ele é a fotografia de Deus, mandada aos filhos errantes, pecadores, tendo nela escrito: ‘Voltem para casa’.”
Na minha ótica a “cartada final” ou até a única que pode levar alguém a compreender esse Deus amoroso da Bíblia é apresentar o servo sofredor, que “foi transpassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniquidades; o castigo que nos trouxe paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos sarados.” (Is 53:5) Esse Deus, que fez-se homem sabe o que é sofrer física e psicologicamente, Ele não está indiferente ao nosso sofrimento, porque Ele “embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tronando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz!” (Fp 2:6-8).
Deve-se mostrar que o maior sofrimento do Homem é o facto de estar longe de Deus, e que sarando esse sofrimento, os outros são mais fáceis de ultrapassar, porque é nos dado uma esperança de um mundo melhor (Rm 8:18-25). Não este como conhecemos, mas um lugar sem dor e sem sofrimento (Ap 21:1-8). A justiça parece não estar ser feita, mas Deus é justo e um dia Ele irá fazes justiça a todos os que fizerem sofrer a Sua Igreja (2 Ts 1:6-12).
Ao abordar o sofrimento, o mal, e a justiça temos que ter a consciência que não possuímos a resposta para tudo, porque não compreendemos os planos de Deus, e como nos exemplos apresentados, a razão do sofrimento individual por vezes só é entendida anos depois ou na eternidade com Deus.
Oferecendo uma esperança de salvação às pessoas feridas, pode ser um caminho para ultrapassar o sofrimento que ainda fere as suas vidas.
BIBLIOGRAFIA
GEISLER, N., & BROOKS, R. (2015). Respostas aos Céticos. Rio de Janeiro: CPAD.
GEISLER, N., & FEINBERG, P. (1996). Introdução à Filosofia. São Paulo: Vida Nova.
GEISLER, N., & HOWE, T. (1999). Manual popular de dúvidas, enigmas e “contradições” da Bíblia. São Paulo: Mundo Cristão.
GITT, W. (2003). Perguntas que sempre são feitas. Bielefeld: CLV.
JONES, S. (s.d.). Cristo e o sofrimento humano. São Paulo: Metodista.
LEWIS, C. (1986). O Problema do Sofrimento. São Paulo: Vida.
LITTLE, P. (1985). Explicando e Expondo a fé. Queluz: Núcleo.
MCDOWELL, J. (1990). Respostas àquelas perguntas. São Paulo: Candeia.
REFERÊNCIAS
i (GEISLER & FEINBERG, Introdução à Filosofia, 1996, p. 255)
ii (GEISLER & FEINBERG, Introdução à Filosofia, 1996, p. 256)
iii (GEISLER & BROOKS, Respostas aos Céticos, 2015, pp. 62-63)
iv (GEISLER & BROOKS, Respostas aos Céticos, 2015, pp. 62-63)
v (GEISLER & HOWE, Manual popular de dúvidas, enigmas e “contradições” da Bíblia, 1999, p. 279)
vi (MCDOWELL, 1990, p. 181)
vii (GEISLER & BROOKS, Respostas aos Céticos, 2015, p. 64)
viii (GEISLER & FEINBERG, Introdução à Filosofia, 1996, p. 261)
ix (GEISLER & BROOKS, Respostas aos Céticos, 2015, p. 65)
x (LITTLE, 1985, p. 141)
xi (LITTLE, 1985, p. 141)
xii Quando este acontece, é bastante evidente para quem peca. Ele não castiga sem advertir (Am 3:7)
xiii (LITTLE, 1985, pp. 138-139)
xiv (LEWIS, 1986, p. 64)
xv (LITTLE, 1985, p. 143)
xvi (JONES, p. 153)
xvii (LITTLE, 1985, p. 143)
xviii (GEISLER & BROOKS, Respostas aos Céticos, 2015, p. 68)
xix (GEISLER & BROOKS, Respostas aos Céticos, 2015, p. 69)
xx (LEWIS, 1986, p. 47)
xxi (GITT, 2003, p. 17)
xxii (GEISLER & FEINBERG, Introdução à Filosofia, 1996, p. 260)
xxiii (GEISLER & FEINBERG, Introdução à Filosofia, 1996, p. 260)
xxiv (GEISLER & FEINBERG, Introdução à Filosofia, 1996, p. 260)
xxv (LEWIS, 1986, p. 79)
xxvi (LITTLE, 1985, p. 142)
xxvii (JONES, pp. 154-155)
xxviii (GITT, 2003, p. 17)
xxix (LEWIS, 1986, p. 18)
xxx (LEWIS, 1986, p. 13)
xxxi (LEWIS, 1986, p. 13)
xxxii (GEISLER & BROOKS, Respostas aos Céticos, 2015, p. 66)
xxxiii (LITTLE, 1985, p. 137)
xxxiv (GEISLER & BROOKS, Respostas aos Céticos, 2015, pp. 66-67)
xxxv (MCDOWELL, 1990, p. 181)
xxxvi (LITTLE, 1985, p. 137)
xxxvii (LEWIS, 1986, p. 16)
xxxviii (LEWIS, 1986, p. 24)
xxxix (LEWIS, 1986, p. 18)
vl (LEWIS, 1986, p. 20)
v (LEWIS, 1986, p. 21)
vi (LEWIS, 1986, p. 90)
vii (LEWIS, 1986, p. 88)
viii (STOTT, A Cruz de Cristo, p. 155)
viv (JONES, p. 156)