SE DEUS CRIOU É BOM… MAS À MANEIRA DE DEUS
UNIÕES DE FACTO HOMOSSEXUAIS? PAPA “ESTÁ PREOCUPADO COM AS PESSOAS”, NÃO EM ALTERAR A DOUTRINA CATÓLICA
Papa Francisco defendeu num documentário, estreado no Festival de Cinema de Roma, a regulação do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, destacando que os “homossexuais têm direito a fazer parte de uma família”. (Jornal Público, 2020out21, Filipa almeida Mendes)
Pensei mais do que três vezes antes de me decidir escrever sobre esta matéria porque considero que não nos devemos eximir a refletir sobre o que vai acontecendo à nossa volta, na recusa de posições polarizadas e pela consideração do texto bíblico o mais possível na sua transversalidade.
A abordagem é a mesma em qualquer aspeto relacionada com a ética cristã, a ética da pessoa de Jesus Cristo, do Seu coração, dos Seus relacionamentos, de toda a Sua vida. A razão pela qual Ele morreu porque nem a religião nem nenhuma outra realidade social o suportava, mas também e esse é o ponto fulcral, foi o propósito que trouxe Jesus a esta terra. Ele veio para vencer o pecado e a morte, e trazer a santidade e a vida integral para o homem enquanto espírito, alma e corpo.
Em primeiro lugar afasto a ideia e convicção de que o meu ponto de vista que pretendo seja bíblico esgote a matéria e seja a última palavra. Longe disso.
Em segundo lugar Deus criou tudo muito bom e nessa Sua avaliação criou o homem para a mulher e a mulher para o homem. O plano divino de acordo com a Bíblia é a relação conjugal heterossexual e a família no mesmo modelo.
O pecado corrompeu a criação divina, a queda precipitou o homem e a mulher na confusão que envolve tudo incluindo questões de género. Há medida que a humanidade afrontou o seu Criador e O substituiu por incontáveis ídolos cuja raiz é o próprio ser humano e a origem é o Diabo que deu princípio a essa rebelião; Deus entregou o homem a si próprio e esse é o pior castigo que lhe pode acontecer, embora tenha sempre como fito o arrependimento e a conversão.
Não podemos dizer que alguns de nós somos menos pecadores e muito menos que não temos pecado. O pecado envolve toda a humanidade, todos nós. E a sua consequência é igual para todos – a morte espiritual.
Jesus veio como Deus feito Homem para resolver essa condição que radica no cerne da natureza humana. E é em Jesus e por Ele que somos feitos filhos de Deus. Todos somos criaturas, mas só em Jesus Deus nos dá o poder de sermos feitos Seus filhos. E aquele que é filho de Deus tem a natureza de Deus para viver em conformidade com a natureza de Deus, em santidade, justiça, amor, perdão, serviço, paz, perdão, graça e misericórdia. Sermos perfeitos como o nosso Pai, amando os próprios inimigos.
Deus não obriga ninguém a viver como Ele quer. Deus deu ao homem a possibilidade de Lhe dizer não, de ofender a santidade, blasfemar, estabelecer as suas próprias normas. Mas Deus não escondeu as consequências que daí adviriam tanto presentes como eternas.
Assim sendo o homem mente, rouba, odeia, pratica a injustiça, perpetra a guerra, fabrica as armas, fomenta as desigualdades, é infiel, adultera, pratica a pedofilia, alimenta o tráfico de seres humanos, a prostituição, a pornografia, abusa de bebés, crianças e adolescentes, legitima o aborto, a eutanásia e o suicídio assistido. Não é possível esgotar tudo o que se abriga na palavra pecado. Pecados é tudo isto e muito mais. A origem é o pecado de uma natureza humana corrompida. Fomos criados à imagem e semelhança de Deus, mas estamos estragados, não se trata de apenas uma mancha numa bela pintura, mas a própria pintura ficou danificada.
Deus permite o pecado embora estabeleça limites e em alguns momentos os estenda para que o homem acorde e reconheça o seu estado. Em termos de futuro eterno chegará o momento em que Deus acederá à escolha que o homem tenha feito. No meu modo de explicar o homem não irá para o inferno porque pecou ou por causa do pecado, mas porque não se arrepende e converte com base no que Jesus realizou na cruz a nosso favor. Todo o pecado é perdoado mediante a cruz, pela graça e segundo a fé. É uma dádiva que aceitamos em confiança, dependência e obediência. O novo nascimento como Jesus lhe chamou, resulta numa nova vida.
Daqui decorre de que a lei dos homens pode estabelecer “uniões de facto” homossexuais com as consequentes salvaguardas patrimoniais, entre outras. Como pessoas que acolhem o que a Bíblia declara, não temos o direito de impor aos outros o nosso estilo de vida, porque a ética cristã não se impõe mas aceita-se na liberdade da obediência. O que no meu entender e no de outros cristãos, alguém pode ser na sua condição homossexual, mas em obediência à Palavra de Deus vive em celibato. Isto não é diferente do que acontece com outras situações. É o que a Bíblia chama de viver no Espírito. Não pretendo dizer que é fácil, mas a vida cristã é uma luta contra o pecado alojado em nós, no que a Bíblia chama de carne, a velha natureza que irrompe nas tentações e que o Diabo e o mundo usam como isco. Neste caso o mundo é o sistema prisioneiro do pecado segundo o conceito bíblico.
A doutrina da Bíblia não pode ser mudada por quem quer que seja. Existe uma grande ignorância a respeito do que a Bíblia fala sobre o sexo e o catolicismo, entre outros, desfigurou. O celibato dos padres é disso um exemplo. A Bíblia fala de os presbíteros e diáconos serem casados. Biblicamente o casamento e a família homossexual não existem, Não se trata apenas de uma questão cultural, mas do que à criação divina diz respeito.
O cuidado pelas pessoas está implícito e explícito na doutrina bíblica. Não se trata de uma felicidade ou gratificação automáticos. Algumas vezes implicam em sofrimento e até sacrifício, mas com a certeza de uma alegria em Deus no presente e da glória porvir.
Todos estamos a tempo enquanto aqui vivermos de mudar contando com o suporte divino e de uma comunidade cristã. Deus ama-nos incondicionalmente e aceita-nos como somos e estamos, mas nos transformar em filhos nascidos do Espírito. Amar a Deus é viver de acordo com os Seus mandamentos. Jesus convida todos os que estão cansados e sobrecarregados para o alívio que Ele dá; e a aprender Dele que é manso e humilde de coração para encontrarmos descanso para as nossas almas, asseverando que os Seus mandamentos são leves. “Venham a mim todos os que estão cansados e oprimidos e eu vos aliviarei. Levem o meu jugo e aprendam de mim, porque sou brando e humilde, e acharão descanso para as vossas almas, pois só vos imponho cargas suaves e leves.” (Mateus 11:28-30 – O Livro).
Samuel R. Pinheiro
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