PORQUÊ?
Porquê as guerras, os genocídios, a fome, as pandemias, as violências domésticas, o terrorismo, as doenças, o sofrimento, a maldade, o ódio, a crueldade, a violência, a escravatura, o racismo, …
Porquê o amor, a justiça, a verdade, a solidariedade, a compaixão, a empatia, o afeto, o carinho, …
Se para alguns Deus não existe por causa da maldade, como explicamos o bem? Se o mal nos tem impressionado na invasão da Ucrânia, a generosidade e a solidariedade não me tem impressionado menos! Não há mal no ser humano que a expiação não alcance, nem bem que dispense a expiação. A morte e ressurreição não apenas envolvem perdão, mas recriação, uma nova criação, nascer de novo do Espírito para uma nova vida em Cristo! Fomos criados à imagem e semelhança de Deus, e só a restauração dessa imagem e semelhança em Jesus, nos pode reconduzir ao desígnio e propósito de Deus – o verdadeiro sentido do nosso ser e da nossa vida!
Abarcando os dois lados, os dois grupos de porquês, PORQUÊ A CRUZ DE JESUS dum sofrimento inenarrável porque físico, emocional e espiritual, em que o justo carrega o pecado de toda a humanidade, e deste modo cria uma nova humanidade de todos os que em arrependimento e conversão, aceitam a Sua graça, o Seu amor incondicional, a Sua justiça e o Seu perdão. Uma nova humanidade em Jesus é possível. Uma humanidade que ama como Deus é amor, que perdoa como Deus perdoa, abençoa como Deus abençoa, supre necessidades como Deus provê, cuida do seu irmão ou do seu inimigo como Deus cuida dos Seus filhos e dos Seus inimigos.
Cala-me fundo a síntese da revelação bíblica que John Stott nos apresenta: nem sempre foi assim, não será assim para sempre, vivemos entre o já e o ainda não. A cosmovisão que adotamos, a narrativa em que nos inserimos, muda o modo como vemos, sentimos, agimos e esperamos. De todas as cosmovisões que conheço a única que faz para mim pleno sentido, embora não conheça todos os PORQUÊS, é a que a Bíblia nos apresenta e Jesus encerra como Deus que veio ao nosso encontro como dádiva do amor divino.
Cada um analise e faça a sua escolha. Quem conhecem como JESUS? Ele a resposta para cada um dos PORQUÊS, embora não compreendamos os que são do domínio do coração, conhecemos em parte os que são da imensidão do espírito e também em parte porque não cabem na sua esfera, os que pertencem à razão.
Perscrutemos as alternativas. Risquemos do mapa da existência de todas as coisas o Deus pessoal e trino que se revela em Jesus na nossa dimensão. O que temos em resultado disso: vivamos e morramos que amanhã morreremos, cada um que se amanhe como puder, cada um invente a sua verdade como se a sua ficção pudesse mudar a realidade, opte por uma evolução biológica e social em que é cada um por si no estímulo do gene egoísta, se escude por detrás das suas bombas atómicas e das sua ameaças, fique à mercê das mentiras que lhe empurram goela abaixo, retirando-lhe todo o direito ao pensamento crítico. Fiquemos com deuses fabricados pelo homem de pau, pedra, metal ou meras ideias; falhos como os seus criadores. Para mim não servem. O atrevimento de pensar num Deus a quem se subtrai arbitrariamente a empatia connosco, ou seja, um Deus distante, de costas voltadas para o homem, um deus que nos impõe a evolução às nossas custas. Também não presta! A ideia de um politeísmo que impõe a cada pessoa um karma do qual depende as formas de reencarnação não se sabe até onde, ou até quando, também convence e pelas consequências geradas de indiferença e apatia para não prejudicar o tal destino ou fado, ou castas de quem é tratado como zé ninguém. Olhem que não! Finalmente agarremos um deus que se confunde com a natureza, com tudo o que existe em que todos somos deus e deus é tudo; em que nós somos no pico da evolução os assassinos da nossa própria mãe – a natureza, um deus que se resume a uma equação matemática, física ou química; Deus não é um cristal, um calhau!… Em que o homem é o bicho destruidor do seu lar e da natureza que o deu à luz! Yuval Noah Harari, autor entre outras obras de Homo Sapiens, Homo Deus e 21 Lições para o Século XXI, considera que o homem surgiu com a invenção dos deuses e acabará ao tornar-se deus. A cada um a sua filosofia, e para cada cosmovisão a sua origem, o seu percurso e o seu fim!
Qual a cosmovisão bíblica: no principio, em todo o processo histórico e no fim-início de uma nova era DEUS (Pai, Filho e Espírito Santo), que criou o homem à Sua imagem e semelhança para a Sua glória – IMAGO DEI, livre e não uma marionete ou robô; a árvore da ciência do bem e do mal que contrariando o aviso de morte arrastou o homem para a situação que conhecemos muito bem e envolve muitos dos PORQUÊS que se formulam; o plano de resgate e salvação através do Deus-Filho feito Homem (revelação de Deus que nos criou e do Homem que fomos criados para ser); uma nova criação de novas criaturas nascidas de Deus para serem filhos e terem em Deus como Pai; uma dinâmica de transição em que o reino de Deus é implantado pela nova vida em e por Jesus; e, finalmente, uma nova era em novos céus e terra.
Acabe-se com a balela de que todas as divindades são iguais, todas elas cabem na salada de frutas do pluralismo religioso e no relativismo moral. JESUS mostrou que não é assim. Ele é tão distinto que os que negam Deus e preferem por ignorância ou por decisão de um coração cauterizado os ídolos, consideram que ele é um mito, uma fábula, um conto de fadas, uma miragem, um ideal; e até quem tenta reduzi-lo a um mestre de ética e moral como se tal fosse possível quando reivindicou para si mesmo a identidade do EU SOU O QUE SOU.
Em última análise permitam-me a petulância, “exijo” um Deus a sério que briga com o pecado, a maldade, e que é o garante em toda a Sua essência do amor, da justiça, da verdade, da graça, da misericórdia, da generosidade, que assumiu a propiciação em Si próprio aplacando a Sua ira, e que julgará o mundo pelo varão que designou com toda a propriedade em Jesus. Um Deus que exige que vivamos na excelência da Sua natureza em amor, santidade, justiça e verdade. Um Deus que julgou sobre Si o pecado na morte de cruz, e que julgará o mundo. Um Deus de verdade que vai colocar um ponto final em tudo isso e não nos dá margem para escapes, mas coloca nas nossas mãos a sua graça e bondade, para fazermos o bem sem importar a quem.
É verdade que a História está cheia de violência, de guerra, milhões de mortos em nome de um poder luciferino, diabólico, monstruoso. Isso significa alguma coisa diante dos sinais que Jesus apontou para a Sua segunda vinda. Atrevo-me a argumentar. Nunca como hoje temos um arsenal tão grande de armas de destruição total como são as armas nucleares, biológicas e químicas. Só agora estamos de posse de dados mais do que suficientes para a destruição do meio ambiente, dos ecossistemas, nunca antes tivemos essa consciência e sentimos essa realidade. Os sinais respeitantes à vinda de Jesus estão aí, claros como a água, e que entram pelos olhos dentro ao ponto dos mídia e os cientistas falarem do assunto usando terminologia bíblica. Já vimos isso em demasiados momentos da história, menos na proliferação do nuclear, armas químicas e biológicas e na destruição da natureza de um modo irreparável segundo alguns cientistas. Não entendo como é que seguidores do Jesus que prometeu voltar ignoram ou relativizam esta realidade falando dos milhões que morreram noutros momentos da história. Assim como antes da fundação do mundo Deus já determinara a redenção mediante Jesus, também na eternidade Deus estabeleceu que na história Jesus voltaria em glória para estabelecer novos céus e nova terra.
Arquemos com a nossa culpa, minha máxima culpa; e tomemos a esperança que JESUS nos dá com a Sua ressurreição. “Quando o jornal London Times solicitou a diversos escritores que mandassem ensaios sobre o assunto ‘O que há de errado com o mundo?’, Chesterton respondeu mandando a carta mais curta e directa de todas: Prezados Senhores – Eu. Atenciosamente, G. K. Chesterton” (Alma Sobrevivente; Philip Yancey, Mundo Cristão, pp. 61)
O passa culpas seja em relação a Deus ou em relação ao passado até Adão e Eva não resolve. Nós continuamos a ter a nossa parte neste processo. Podemos dizer que nunca faríamos o que eles fizeram, mas a verdade é que todos os dias o fazemos. Coloquemos as nossas mãos na massa pela ajuda ao próximo, cuidar dos sem abrigo, dos migrantes, … Seguir a Jesus é fazer a diferença!
Todos temos as mãos “manchadas de sangue” de forma ativa ou passiva. Todos pecamos, perante a lei divina todos somos culpados, não há um justo nem um sequer. Pode ser que perante a lei dos homens nos possamos considerar bons cidadãos. A questão humana na sua essência não é ética ou moral, nem sistémica ou dos poderes do mal. A ética e a moral, os sistemas político-económicos e religiosos, e os poderes do mal são reais, mas a questão é espiritual. Quando pensamos na natureza santa de Deus e no Homem que Ele criou à Sua imagem e semelhança todos estamos em falta. Só um podia e pode resolver a situação espiritual. JESUS VEIO e satisfez as exigências de Deus. Nada temos que temer quando aceitamos pela graça e por meio da fé a Sua salvação, que custou a Sua morte.
JESUS é esperança inabalável quaisquer que sejam as circunstâncias. Ele prometeu uma nova era de santidade, liberdade, paz e amor. Uma era à Sua medida absoluta de amor! Quando amamos do Seu jeito sabemos perfeitamente o que temos de fazer, a partir do que Ele é e nós somos Nele!
Alguns pensam e até dizem que têm muitas questões para colocar a Deus na eternidade, mas quando chegarem lá acredito que todas elas se terão evaporado, porque a resposta está diante deles. No meu entender todos os PORQUÊS respondem-se em JESUS e em nós através deles cuidando dos que sofrem, amando – Nele também somos a resposta que se multiplica em cada um que ouve o evangelho e nasce de novo.
Samuel R. Pinheiro
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