Ele será chamado pelo nome de EMANUEL
Samuel R. Pinheiro
É assim que no primeiro evangelho assinado por Mateus, logo na sua introdução, este nome é atribuído ao Filho de Deus, que nasceria pela ação do Espírito Santo no ventre da virgem Maria. Tudo isto aconteceu para se cumprir o que o Senhor tinha dito pelo profeta: A virgem ficará grávida e dará à luz um filho que se há-de chamar Emanuel. Emanuel quer dizer: Deus está connosco.” (Mateus 1:22,23 – BPT)
Toda a Bíblia mostra que Deus nunca virou as costas ao homem e à mulher, criados à Sua imagem e semelhança. O homem preferiu fazer o contrário do que Deus lhe tinha dito para fazer, ao comer da árvore da ciência do bem e do mal. Nada diferente do que todos nós continuamos a fazer. A partir da primeira desobediência no jardim do Éden o comportamento do homem e da mulher, precipitou-se afastando-se cada vez mais da vontade divina. O problema do homem não consiste em não saber como deve viver. Tem uma consciência que lhe serve de bússola, tem os dez mandamentos e a revelação bíblica das consequências tipificadas na vida de homens e de mulheres em vários momentos e contextos.
A questão é mais profunda. Está dentro da sua natureza espiritual, no que o homem é. E isso não se muda pela parte de fora. Não basta a educação e a instrução, a doutrinação ou os constrangimentos socioculturais.
No plano divino a solução passava pela presença de Deus entre os homens, pelo Emanuel – Deus connosco! Jesus apareceu entre nós. Nasceu como todos os homens. Comeu à nossa mesa. Multiplicou e partiu o nosso pão. Bebeu do nosso vinho. Sentou-se à mesa com religiosos e pecadores. E, finalmente, usou o pão e o vinho como símbolos do Seu corpo e do Seu sangue, na Sua morte. Sim, experimentou a nossa morte. Não tinha de morrer, como não tinha de nascer como homem. Não tinha de ser rejeitado e ofendido. Não tinha que usar uma coroa de espinhos. Não tinha que ser julgado por um tribunal injusto. Não tinha que enfrentar políticos corruptos. Não tinha que responder às insinuações preconceituosas e hipócritas dos aparentemente poderosos. Não tinha que chorar as nossas lágrimas. Não tinha que ser acusado de fazer o que fazia pelo poder dos demónios. Não tinha que ser pendurado numa cruz. Não tinha que ser depositado num túmulo.
Mas veio. Não se poupou a nada. Sofreu tudo o que de pior poderia ter experimentado, às mãos das Suas criaturas. Com uma só palavra, um só gesto, um só pestanejar poderia reduzir a pós os Seus detratores. Mas como o profeta Isaías escreveu cerca de séculos antes da crucificação de Jesus: “O seu aspecto não tinha qualquer atractivo. Era desprezado e abandonado pelos homens, como alguém está cheio de dores e habituado ao sofrimento, e para o qual se evita olhar. Era desprezado e tratado sem nenhuma consideração. Na verdade ele suportava os nossos sofrimentos e carregava as dores, que nos eram devidas. Mas ele foi trespassado por causa das nossas faltas, aniquilado por causa das nossas culpas. O castigo que nos devia redimir caiu sobre ele; ele recebeu os golpes e nós fomos poupados. Todos nós vagueávamos como rebanho perdido, cada qual seguindo o seu caminho; mas o SENHOR carregou sobre ele as consequências de todas as nossas faltas. Foi vexado e humilhado, mas a sua boca não se abriu para protestar; como um cordeiro que é levado ao matadouro ou como uma ovelha emudecida nas mãos do tosquiador, a sua boca não se abriu para protestar. Levaram-nos à força e sem resistência nem defesa; quem é que se preocupou com a sua sorte?”. (Isaías 53:3-8 – BPT).
Toda a crueldade, toda a injustiça, toda a maldade da raça humana está espelhada no modo como nós tratámos e nós ainda hoje tratamos a pessoa de Deus entre nós – Jesus Cristo, o Filho de Deus. De igual formam, do modo como O tratamos depende a nossa vida aqui e na eternidade. Se O aceitarmos e nos comprometermos com Ele temos a vida eterna. É aqui precisamente que o NATAL acontece. Jesus veio para mudar-nos por dentro, e levar-nos a uma nova vida. Fomos criados à imagem e semelhança de Deus. Essa imagem e semelhança estão espelhadas de forma única em Jesus Cristo. É Nele e por Ele que essa imagem e semelhança são restauradas. Nascemos para sermos filhos de Deus e termos em Deus o nosso Pai.
Samuel R. Pinheiro