Jesus, Maomé e Buda sentaram-se a falar…

Jesus, Maomé e Buda sentaram-se a falar…

Ricardo Rosa

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…e basicamente chegaram todos à mesma conclusão. Se os
três se apresentam como máximo exemplo de vida ou como
mensageiros de Deus, então alguma coisa não bate bem.
Começaram então a debater alguns pontos para ver onde chegava: pecado,
unidade com Deus, etc. Jesus deixou-os falar…
BUDA… QUE ALGUÉM TE ACUDA!
Uma das coisas que havia que resolver, era a questão do pecado. Sim, porque
o pecado é uma coisa séria e não se resolve com brincadeiras. Afeta a toda a
Criação de Deus, mesmo tendo sido ela a meter-se nessa alhada. A questão é
que Deus ama tanto o ser humano, que não o quer deixar separado de Si e
perdido pela eternidade. Para Buda, a coisa resolve-se com uns quantos ciclos
de reincarnações (tipo máquina de lavar roupa, chamado Samsara), no qual o
que fazes tem sempre uma reação (Karma) e que só acaba quando te libertas
de todas as coisas que te “prendem” ao mundo que te rodeia através da
meditação e de uma vida de desprendimento. A isso chama-se o Nirvana. Uma
ideia muito gira, mas sem Deus na equação, com todo o esforço no Homem e
com um problema. Jesus pensou para Si, lemos nas Escrituras que “está
determinado que os seres humanos morram uma só vez” (Hebreus 9:27,
OL). Portanto, nada de reincarnar.
MAOMÉ NÃO VAI À MONTANHA, NEM A LADO NENHUM COM ESTA
CONVERSA…
.
Maomé começou a rir-se e explicou a Buda que não é assim que se resolve a
questão do pecado. Disse que quando um homem morre, já não pode voltar,
porque é o que está escrito no Livro (que é o que os muçulmanos chamam à
Bíblia). Por isso, o que há a fazer é orar e ler o Alcorão. Mas antes disso, um
muçulmano tem que se purificar, fora o cumprir o Ramadão. E para isso, tem
que se limpar com água (o Wudu). E isto é para os pecados “pequenos”. Para
os “grandes”, o assunto só se resolve com peregrinações (a Hajj) ou o
pagamento de um imposto (Zakat). Mais uma vez, esforço humano… E desta
vez, não se alcança o perdão do pecado com meditação ou desprendimento.
Para Maomé, o que a sua visão errada de Allah (porque os cristãos que moram
em países árabes chamam Allah a Deus, como os norte-americanos Lhe
chamam God ou os franceses Dieu) quer é sacrifício, esforço e medo para que
não falhem nada.
Ai deles! E lançado que nem um carapau, Maomé continua… diz que o Livro foi
deturpado, que o Alcorão é que é a grande revelação de Allah para o ser
humano e que ele (Maomé) é que é o seu verdadeiro profeta e todos os outros
são inferiores, que Jesus não morreu na cruz (tinha fugido antes) e que o que
Allah queria era espalhar um novo “evangelho” de amor (que por sinal se
espalhava com guerra). Perplexo, Jesus lembrou-se do que Paulo escreveu se
alguém “…anunciar um evangelho diferente daquele que receberam, seja
maldito!” (Gálatas 1:9, BPT). E o Evangelho que ele transmitiu é o que Jesus
pregou. Não o que Maomé diz ter recebido. E escreveu mais ainda! Por causa
da Sua morte, lê-se “…nós acreditamos que Jesus morreu e ressuscitou…”
(1ª Tessalonicenses 4:14, BPT) e “De facto, Deus ressuscitou o Senhor
Jesus…” (1ª Coríntios 6:14, BPT). Como é que alguém que se dizia
mensageiro de Deus, podia estar tão errado acerca Dele?
OIÇAM A VOZ DE JESUS!
Foi então que Jesus decidiu tomar a palavra. Afinal, dos três ali sentados à
sombra da figueira, era o único que não tinha falado e ouvia com amor e
paciência o que Buda e Maomé diziam. “No princípio era a Palavra. A
Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus.” (João 1:1, BPT), disse
Jesus. “Aquele que é a Palavra era a luz verdadeira; Ele ilumina toda a
gente ao vir a este mundo. Ele estava no mundo, mundo que foi feito por
ele. O mundo não o conheceu. Ele veio para o seu próprio povo e o seu
povo não o recebeu. Mas a todos quantos o receberam, aos que creem
nele, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus. Estes não nasceram
de laços de sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do
homem, mas nasceram de Deus.” (João 1:9-13, BPT), continuou Jesus. “Na
verdade, o Filho do Homem veio buscar e salvar os que estavam
perdidos.” (Lucas 19:10, BPT), disse Ele sobre a Sua missão, e como que
respondendo a Maomé disse “Não há maior amor do que dar a vida por
aqueles a quem se ama.” (João 15:13, BPT). Maomé engoliu em seco…
afinal, a melhor maneira de mostrar que se amava alguém não era matar para
espalhar esse “amor”. E quando se preparava para falar das boas obras que
fez e defender o mérito que ele e Buda tinham, ouviu novamente Jesus: “Deus
conhece-vos bem, mesmo que pretendam passar por bons. Pois aquilo
que para os homens tem muito valor, nada vale para Deus.” (Lucas 16:15,
BPT), “Ouviram o que foi dito: Amarás o teu próximo e desprezarás o teu
inimigo. Mas eu digo-vos: Tenham amor aos vossos inimigos e peçam a
Deus por aqueles que vos perseguem. É deste modo que se tornarão
filhos do vosso Pai que está nos céus, porque ele faz brilhar o Sol tanto
sobre os bons como sobre os maus, e faz cair a chuva tanto para os
justos como para os injustos.” (Mateus 5:43-45, BPT). Como? As
purificações, as peregrinações, os impostos, não valia nada? Então e como é
que alguém é salvo se pecar? “Jesus olhou para eles e garantiu: Isso, de
facto, para os homens é impossível, mas para Deus todas as coisas são
possíveis.” (Mateus 19:26, BPT), “o Filho do Homem não veio para ser
servido, mas para servir e dar a sua vida para resgate de muitos” (Marcos
10:45, BPT).
Maomé mostrava-se inquieto e irritado. Como é que alguém que não era “o”
mensageiro certo lhe podia dizer aquelas coisas? Buda ouvia e por mais
passivo que tentasse ficar, pensava apenas que se o seu esforço não valia de
nada, afinal ele não era o iluminado. Não era o Buda e o seu problema não
estava resolvido. Jesus continuando falou sobre o jejum para dar um toque ao
assunto do Ramadão.: “Quando jejuarem não andem de cara triste, como
as pessoas fingidas, que até desfiguram a cara para toda a gente ver que
andam a jejuar. Garanto-vos que essas pessoas já receberam a sua
recompensa. Mas tu, quando jejuares, lava a cara e penteia-te bem. Deste
modo, ninguém saberá que andas a jejuar, a não ser o teu Pai que está
presente sem ser visto. Ele, que vê tudo o que se passa em segredo, te
dará a recompensa.” (Mateus 6:16-21, BPT). Chegou! Rebentou a bolha!
Maomé diz que Jesus não morreu e que é falso. Mas com amor, Ele
respondeu: “Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos, estende a tua mão
e mete-a no meu peito. Não sejas descrente! Acredita!” (João 20:27, BPT).
Foi demais, Maomé levantou-se, brandiu a espada e saiu irritado a barafustar.
Buda também se levantou, desiludido porque era apenas um homem, centrado
nele mesmo e não nos outros, desapareceu caminhando em silêncio…
Confúcio, que esteve escondido numas rochas ali perto, com Brahman e uma
série de outras personagens, saíram cabisbaixos e silenciosamente. Nenhum
tinha vindo para dar a sua vida, nenhum mostrava tamanho amor…
Enquanto Jesus descansava debaixo da figueira, um grupo de adolescentes
veio ter com Ele. Uns tinham problemas com os pais, outros com álcool, outros
com drogas, outros não sabiam bem o que fazer com situações que envolviam
sexo, outros sentiam-se lixo. Tinham estado escondidos também, atentos à
conversa, à procura de um mestre a quem seguir. “O que temos que fazer para
que vivermos mais às escuras”, Jesus respondeu: “Eu sou a luz do mundo.
Quem me seguir deixa de andar na escuridão e terá a luz da vida.” (João
8:12, BPT), “Jesus começou então a ensiná-los desta maneira: felizes os
que têm espírito de pobres, porque é deles o reino dos céus…” (Mateus
5:2,3 BPT)